Boa noite! Aqui está o capítulo 7!!!
Espero que gostem!!!
Só tenho uma coisa a adicionar quanto ao capítulo 6 que me esqueci completamente. O Acheron faz parte da colecção "Predadores da Noite" escrito pela Sherrilyn Kenyon, por isso tiveram uma pequena introdução ;).
Capítulo 7: Encontros e Desencontros
Eu não conseguia acreditar no que via. Uma fotocópia idêntica a mim estava
mesmo perante a minha vista, apontando-me o punhal de Hefestos. Ao seu lado
estava Ftono. Que combinação perfeita… Ftono era o deus do ciúme. Media um
metro e noventa, cabelo verde, curto; robes pretos. Dava para perceber de onde
originou a expressão “ os olhos verdes de inveja”, os olhos de Ftono eram um
verde alface hipnotizantes…
- Ora, ora, o príncipe veio resgatar a princesa. Acho que ainda não vai ser
desta que ficarão juntos. O teu sofrimento ainda agora começou… - disse,
gozando com a situação.
Essa foi a última gota de água. Pousei Clare no chão devagarinho e com
cuidado, de modo a que não piorasse qualquer problema que ela pudesse ter e de
modo a não magoa-la ainda mais. Avancei para ele, cuidadosamente.
Ftono apenas se desviou para o lado e permitiu Proteu avançar. Por esta
altura, ele já tinha voltado à sua forma original. Um homem já com alguma idade
e com robes azul-marinho claro. Nas suas mãos ele tinha um prato fundo azul profundo
com uma espiral em verde seco, com uma espécie de líquido cromado.
- Se fosse a ti, não faria nada de cabeça quente, Eros.- Disse Ftono,
sorrindo maliciosamente.
Proteu pousou o espelho de água no chão entre mim e o Ftono, de modo a que
ambos conseguíssemos ver o que se passava dentro dele.
Figuras começaram a formar-se. Um clone meu materializou-se no fim de uns
segundos. À sua frente encontrava-se uma mulher de cabelo louro. O meu coração
temeu por momentos que fosse Clare, mas à medida que continuou a ficar mais
nítido, eu apercebi-me que não era, alias, até porque ela estava atrás de mim,
não faria qualquer sentido estar ali.
Segundos mais tarde, a nebula que não deixava ver desapareceu e restou um
clone meu, a mãe de Clare e uma entrada que eu reconheci de imediato como sendo
a entrada da casa da senhora. Era uma entrada de sonho. Um alpendre rústico em
madeira, com um tom alaranjado, iluminado por um pequeno candeeiro chinês na
entrada, com roseiras em volta da vedação para as pessoas não caírem do
alpendre. Pelo jardim da frente, o caminho até ao alpendre era composto por
pedras de cimento em cima da relva, acompanhado por pequenos candeeiros
solares.
- Pensavas que já me tinhas ganho. Esqueceste-te do resto. Ahhhh, a
fraqueza das emoções! – Ftono dirigiu-se a um Eros petrificado, ou seja, eu.
Estava completamente em estado de choque! Como teria sido possível eles
atacarem-na? A luta era entre mim e ele, somente os dois. Mais ninguém. Era um
golpe baixo ter usado a Clare. Agora este era baixo demais!
“O que estás aqui a fazer de novo? Já tens notícias da minha filha”
Perguntava Bela, com esperança nos seus olhos.
“ Sim, e ela está desejosa para a ver.”
Não! Gritava o meu interior, eu só queria correr para ela e avisa-la que
era um impostor mas não podia. Nunca chegaria a tempo… viajar sozinho era
fácil, agora com companhia era o dobro do esforço, ou seja, demorava o dobro do
tempo. E não sei se Clare alguma vez suportaria a viagem ferida como estava…
Ela aguentava-se por um fio…
O clone aproximou-se de Bela, quando de repente se ouve uma voz vinda de
fora do espaço visível do espelho.
“ Pára!” Gritava a voz, pertencente a um homem.
O clone agarrou Bela no antebraço direito, deu-lhe meia volta, e
encostou-lhe ao pescoço a lâmina bem afiada de uma faca de combate, com
desenhos tribais esculpidos no cabo. Raiva invadiu-me a alma ao mesmo tempo que
os olhos de Bela ficavam negros de medo. Todo o seu corpo tremia, o que piorava
onde a faca estava, pois esta ia lentamente perfurando a pele, ao de leve, mas
o suficiente para derramar um fio de sangue.
“ Mais um passo, e ela morre.” Disse o clone para um homem que acabara de
entrar na cena. Ele tinha cabelo curto castanho, cor de chocolate, pele morena
e olhos cor de avelã. Medindo um metro e oitenta, facilmente fazia frente ao
clone de Eros, mas ao ver o sangue a escorrer, decidiu manter-se no lugar. Por
agora.
Naquilo, tudo voltou a ficar cromado.
- Não! – Eu gritei, fazendo com que Clare desse um ligeiro pulo e chamasse
por mim baixinho. Vi-me obrigado a recuar um pouco para junto de Clare,
mantendo sempre atento a qualquer movimento que Ftono pode-se fazer,
aproveitando esta fragilidade. Mas ele neste momento estava mais interessado em
torturar-me, pelo que permitira-me um pouco de espaço. – Tu não os devias ter
envolvido nisto! Eles não têm nada haver, muito menos Clare. Isto é só entre
mim e ti.
Ftono riu-se. – Mas tu ainda não percebeste uma coisa pois não? Este
espelho, cedido pela minha querida amiga Clotho, é o espelho do passado. Quem
tu viste ali, é quem está agora entre nós neste preciso momento, Proteu.
O chão caiu-me nesse momento… metaforicamente claro. Eu estava sem
quaisquer poderes para conseguir mudar o quer que seja. Automaticamente se
apagara qualquer hipótese para a conseguir salvar. Tudo o que me restava era
assistir e sofrer…
- Oh espera, parece que as Moiras ainda têm mais alguma coisa para nos
mostrar. – Proteu disse. E naquilo, o cromado começou a diluir-se e figuras
voltaram a aparecer…