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terça-feira, 18 de junho de 2013

Opinião - Alex e Eu

Título: Alex e Eu (originalmente Alex & Me)
Autora: Irene M. Pepperberg
Ano de Lançamento: 2008
Editora: Caderno (grupo LeYa)
Número de páginas: 215

Livro do Ano do New York Times

Sinopse: Quando Alex morreu, aos 31 anos, a notícia correu mundo, relatada pelas rádios e televisões evocada em obituários de publicações tão prestigiadas como a Economist ou o New York Times.

Alex era um papagaio muito especial. Falava como gente grande, mais de 150 palavras, conhecia números, cores, formas, pensava pela sua própria cabeça, até fazia contas de somar. Tinha aprendido tudo isso com Irene, uma cientista brilhante que ao longo de 30 anos o ensinara, lhe estudara cada gesto, registara cada novo passo.

Em Alex e Eu, porém, Irene conta uma outra história, que nunca apareceu nos jornais. Fala da sua relação afetiva, apaixonada, com um papagaio extraordinário, recorda um quotidiano feito de saudades, de birras, de momentos de ternura ou de ataques de ciúmes. E do modo como, todas as noites, antes de sair, Alex lhe dizia fielmente: "Porta-te bem. Gosto de ti. Vens amanhã?" Ao que ela respondia: "Sim, venho amanhã. Também gosto de ti."


Uma Experiência de Amor
            Não sendo particularmente adepta de livros que retratem histórias verídicas, foi com surpresa, admiração e tristeza que cheguei ao fim. Alex e Eu é uma leitura fácil e cativante, principalmente para todos aqueles que, como eu, adoram animais.
            As primeiras páginas transportam-nos para o momento imediatamente após a morte de Alex, onde a cientista Irene Pepperberg nos conta o que, mais tarde ou mais cedo, todos acabam por perceber: após a morte de alguém importante é que lhe dão o reconhecimento que merecia em vida. Assim foi também com Alex, um papagaio tão inteligente como qualquer primata e que deixou bem claro que é errado usar a expressão “cérebro de passarinho” como termo pejorativo. Quase não consegui conter as lágrimas com as belas frases de condolências que enviavam diariamente em memória ao papagaio que mudou o mundo. Mais tarde, dei comigo a rir ao longo do livro com as situações vividas pela cientista à medida que treinava o seu “objeto de experiência”. Ele tinha uma personalidade dominante bem vincada, o que leva a umas situações hilariantes ao longo da história. Magnificamente bem escrito, penso que é um livro bem dividido entre o rigor científico e a descontração de um ser humano que, inevitavelmente, amou o papagaio com quem aprendeu tanto quanto ensinou ao longo de 30 anos de vida.
        Recomendo a leitura a todos aqueles que valorizam a “inteligência animal” mas aviso que provavelmente acabarão o livro a pensar o mesmo que eu: “Quero um papagaio!”.