Olá! Trago-vos mais um capítulo. Espero que gostem! :D Ah, e boa Páscoa =)
Capítulo 3: Psiquê
Clare sentou-se na borda do passeio, pousou os livros
e tentou acalmar a terrível dor de cabeça que lhe aparecera por ter entrado
demasiada informação de uma só vez.
Quando Clare ficou melhor, levantou-se e dirigiu-se ao seu carro. Tinha de
ir para casa. Voltar para as aulas já não era opção, a campainha já tinha soado
há bastante tempo e aquela era a sua última aula; procurar Caleb… esquece, já
lhe causara problemas suficientes. Havia a questão dos livros mas isso
resolver-se-ia quando se voltassem a encontrar. Por agora, algo mais urgente
estava na mente dela. Clare simplesmente não conseguia tirar da cabeça quem
seria essa tal rapariga e que ligação havia com o nome Psiquê que lhe ocorrera
no fim.
Quando chegou a casa, Clare subiu para o seu quarto e abriu o seu portátil
topo de gama cor-de-rosa.
- Ora bem, vamos lá ver então que segredo será esse. –Disse enquanto
estalava as mãos. Após isso colocou no Google. Alma, mente, ego eram algumas
definições que encontrou, mas nada era relevante para o caso. Até que,
finalmente se cruzou com a rapariga da história. Psiquê: a paixão de Eros.
Ela nesta parte ia caindo para o lado… Eros era a fotocópia de Caleb. Mas
que raio… voltando ao que acontecera hoje, ele realmente ia para dizer que se
chamava algo começado por “E” e depois alterou para Caleb, “C”. C de cupido…
será que isso é mesmo assim? Não, ela estaria a imaginar. Era impossível. Os
deuses gregos não andariam assim, isto é, se existissem sequer. Não, ele era o
Caleb e apenas o Caleb.
Clare sentiu um arrepio forte. O seu braço esquerdo começara a arder mesmo
muito. Ela foi ver o que se passava com o braço e encontrou um grande sinal
vermelho, o braço estava a ficar muito vermelho e quente. Em questão de
minutos, o vermelho começou a ganhar a forma de uma chama e de uma seta, tal
como a tatuagem de Caleb. Clare assustou-se e foi a correr para a casa de banho
tentar tirar aquilo mas apenas piorava a situação. Uma dor de cabeça terrível
invadiu-a e ela desmaiou, caindo no meio do chão da casa-de-banho.
Novas imagens invadiram-lhe a cabeça. Ela viu Psiquê e Eros a conversar à
noite, viu a chegada dela a Olimpia, depois sentiu um grande sentimento de
inveja por parte de um deus da família de Eros, viu Psiquê a ser raptada,
torturada e levada para longe até que o impensável acontecera… Psiquê foi morta
com um taco de espinhos venenosos pelo que parecia ser a bruxa do oeste do
feiticeiro de Oz, mas a única diferença era que a pele era acinzentada e não
verde como na história. Eros procurara a sua alma gémea por todo o lado mas não
a encontrava. Durante centenas de anos, nunca se sentira assim por ninguém.
Decerto que Psiquê se encontrava nos campos Elísios. Depois, tudo se apagou e
Clare ficou desmaiada, a tatuagem ainda a formar-se.
- Estou? – Respondi, atendendo o telemóvel. Aquele
número não me era estranho. Ainda me encontrava à entrada da escola a observar,
de longe, a fotocópia de Psiquê ao pé da minha mota.
- Olá Eros era mesmo contigo que precisava falar. Sabes, tenho aqui um
problema filho. – Respondeu uma voz grossa, masculina. Bolas, o que é que este
quer agora? Primeiro a minha mãe a chatear-me, agora o meu pai, que só quer
saber de mim quando estão a ameaçar a sua querida cidade Thebes. – Sabes, eu
queria a tua ajuda porque andam a tentar invadir a minha casa. A tua “tia”
Artemis quer-me chatear a cabeça, então anda a reunir uns seres quaisquer, acho
que também inclui centauros. Isso é o que me está a preocupar mais… então
estava à espera que tu me pudesses ajudar. Anda lá filhote, só mais uma vez.
Eu detestava quando ele utilizava o termo “filhote”. Era só para me adoçar
a boca mas não, desta vez não. Eu disse que estava de folga! Mas centauros?
Será que a Artemis teve mesmo a coragem de ir pedi-los a Apolo? Expirando fundo
disse a Ares que sim que iria ver o que se passava. Mas deixava-me o coração
apertado ter de deixar Clare fora da minha vista por um minuto que seja… o que
é que será que aconteceu para de repente me sentir assim por ela? Aos séculos
que não me sentia assim por ninguém… desde… bem, desde Psiquê. Desde que ela
foi morta pelos capangas do Ftono. Raio do deus da inveja, não pode ver ninguém
feliz… se algum dia tenho o feliz prazer de me cruzar com ele… ai ele que fuja,
para bem longe!
Escondi me atrás de uns arbustos que haviam perto da escola e teleportei-me
para o templo do meu pai em Olimpia para encontrar uma voz feminina aos berros.
Artemis estava a discutir com Ares porque este lhe tinha estragado os
planos de ocupação da Coreia do Sul sobre a do Norte através de leis políticas.
Mas não, Ares tinha de ajudar os nortenhos a testar bombas nucleares e
protegerem-se. Por isso iria aprender uma excelente lição!
- Artemis, o que é que se passa? – Perguntei-lhe, entrando pelo templo a
dentro. Os deuses de Olimpia não se podem matar uns aos outros, isso estragaria
a sua perfeição é claro, mas amaldiçoar ou causar danos em “certas” cidades já
era outra história.
- Ah nada, estava apenas a ter uma conversa com o teu paizinho. – Disse
Artemis, continuava a olhar para Ares. O seu cabelo estava mais vermelho que
alguma vez vi. Bolas, estava mesmo zangada… Naquilo, Artemis começou a olhar
profundamente para o meu braço.
- Eros, o que andaste a fazer? – Artemis disse curiosamente, aproximando-se
lentamente de mim, não desviando o seu olhar do meu. Ares, que assistia à cena
toda, deslocou-se para a porta de modo a tentar encerrar o templo para ninguém
entrar.
- Eu? Nada porquê? – Respondi-lhe de coração aos pulos. Não precisava de
olhar para o braço para saber o que Artemis estava a ver. Eu ainda sentia o
ardor da tatuagem no braço. Tinha-me esquecido completamente! Estou feito ao
bife…
- Será que estou a ver bem? Isso está a brilhar tal como antes de Ftono.
Parece-me que estás apaixonado Eros! Que informação mais valiosa… - Artemis disse
pensativa.