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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Opinião – Antígona



Título original: Ἀντιγόνη (Antigone)
Autor: Sófocles (Traduzido por Marta Várzeas)
Data de Lançamento: 2011 (Texto original escrito em 441 AC)
Edição: 1ª (em Português)
Editora: Edições Humus
Número de páginas: 71
ISBN: 978-989-8139-77-1

Sinopse: Antígona quer enterrar o irmão Polinices mesmo indo contra a lei de Creonte. Ismena, pelo contrário, aconselha-a a não o fazer, mas acaba por não a convencer e promete não contar nada a ninguém. No entanto, como se descobre mais tarde, começa a agir de forma comprometida.
My rating: 4 of 5 stars



Bom e mau… Como o tempo tem estado!

O sol está a brilhar, está calor (bem, pelo menos para o que é habitual para a Inglaterra) e eu a fazer voluntariado dentro de um museu (no complaints here though hehe) … O lado positivo é que ao menos tem-me dado tempo para por alguma leitura em dia!
E, embora que ‘Antígona’ seja uma peça curta, eu gostei bastante de ler, mas algumas coisas deixaram-me um bocado chateada…

Gostei da história em si porque, a meu ver, Sófocles parece estar a dar indicações a Péricles, líder de Atenas na altura em que a peça foi escrita, para não se tornar no tirano que Creonte foi pois, como se viu, dará em mau resultado. E Sófocles fá-lo de maneira a que nós, leitores modernos, poderemos ter uma noção de o quanto importante eram os valores de família e o papel de uma mulher na vida Ateniense. Neste caso, vimos a Antígona mornar o irmão falecido e a tentar dar-lhe o enterro que merecia mas é travada pelo seu tio Creonte, tirano de Tebas.
Mas há bastante debate em relação ao objetivo da história em si e, em última analise, o objetivo da peça seria para dar outra interpretação à lenda de Antígona, tal como existem as variadas versões da história do Héracles.

Em relação à tradução, fiquei um pouco chateada pelos variados erros não só em tradução, mas que tiram contexto ao texto. Um deles foi o tradicional: num texto grego escrito por um autor Ateniense, ter a tradução de um dos deuses gregos no seu equivalente romano, neste caso Hades foi traduzido para Plutão sem razão aparente. Eu sei que são variados os textos em que isto acontece, mas para uma tradução de outra língua para Português de um texto originalmente em grego, podia ao menos ter posto uma nota a explicar quem é Plutão ou então traduzido logo para o grego. Quando se trata de traduções de grego, claro que tudo depende da interpretação de cada autor face ao texto. Que tenha visto, poucos são os autores que façam traduções exatamente iguais. E isso também é um pouco de mim… Fico chateada com traduções que não sejam feitas bem porque o simples pode-se tornar complicado (um exemplo disto é a Teogonia de Hesíodo). E além de tudo, isto é só a minha opinião.


Mas em relação à peça em geral recomendo a leitura, e definitivamente leria-a de novo, mas talvez com outra tradução…