Título
original: Ἀντιγόνη
(Antigone)
Autor: Sófocles (Traduzido por Marta Várzeas)
Data de
Lançamento: 2011 (Texto original escrito em 441 AC)
Edição: 1ª (em Português)
Editora: Edições Humus
Número
de páginas: 71
ISBN: 978-989-8139-77-1
Sinopse: Antígona quer enterrar o irmão Polinices mesmo indo contra a lei de
Creonte. Ismena, pelo contrário, aconselha-a a não o fazer, mas acaba por não a
convencer e promete não contar nada a ninguém. No entanto, como se descobre
mais tarde, começa a agir de forma comprometida.
My rating: 4 of 5 stars
Bom e mau… Como
o tempo tem estado!
O sol está a brilhar, está calor (bem, pelo
menos para o que é habitual para a Inglaterra) e eu a fazer voluntariado dentro
de um museu (no complaints here though hehe) … O lado positivo é que ao menos
tem-me dado tempo para por alguma leitura em dia!
E, embora que ‘Antígona’ seja uma peça curta,
eu gostei bastante de ler, mas algumas coisas deixaram-me um bocado chateada…
Gostei da história em si porque, a meu ver,
Sófocles parece estar a dar indicações a Péricles, líder de Atenas na altura em
que a peça foi escrita, para não se tornar no tirano que Creonte foi pois, como
se viu, dará em mau resultado. E Sófocles fá-lo de maneira a que nós, leitores
modernos, poderemos ter uma noção de o quanto importante eram os valores de
família e o papel de uma mulher na vida Ateniense. Neste caso, vimos a Antígona
mornar o irmão falecido e a tentar dar-lhe o enterro que merecia mas é travada
pelo seu tio Creonte, tirano de Tebas.
Mas há bastante debate em relação ao objetivo
da história em si e, em última analise, o objetivo da peça seria para dar outra
interpretação à lenda de Antígona, tal como existem as variadas versões da
história do Héracles.
Em relação à tradução, fiquei um pouco
chateada pelos variados erros não só em tradução, mas que tiram contexto ao
texto. Um deles foi o tradicional: num texto grego escrito por um autor
Ateniense, ter a tradução de um dos deuses gregos no seu equivalente romano,
neste caso Hades foi traduzido para Plutão sem razão aparente. Eu sei que são
variados os textos em que isto acontece, mas para uma tradução de outra língua
para Português de um texto originalmente em grego, podia ao menos ter posto uma
nota a explicar quem é Plutão ou então traduzido logo para o grego. Quando se
trata de traduções de grego, claro que tudo depende da interpretação de cada
autor face ao texto. Que tenha visto, poucos são os autores que façam traduções
exatamente iguais. E isso também é um pouco de mim… Fico chateada com traduções
que não sejam feitas bem porque o simples pode-se tornar complicado (um exemplo
disto é a Teogonia de Hesíodo). E além de tudo, isto é só a minha opinião.
Mas em relação à peça em geral recomendo a
leitura, e definitivamente leria-a de novo, mas talvez com outra tradução…