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sábado, 20 de julho de 2013

Opinião - Inkspell

Título: Inkspell – Sangue de Tinta (Tintenblut no original)
Autor: Cornelia Funke
Coleção: Mundo de Tinta (nº2)
Ano de Lançamento: 2011 (2005 no original)
Editora: Editorial Presença
Número de páginas: 512
ISBN: 978-972-23-4629-0
Sinopse: Neste segundo volume da trilogia iniciada com o título Coração de Tinta, encontramos Meggie feliz por viver agora com o pai e a mãe, Mo e Resa. Mas apesar de ter decorrido um ano sobre as empolgantes aventuras que então viveu, Meggie não consegue esquecer-se daquele outro universo que havia dentro dos livros, cujas personagens saltavam para o nosso mundo quando o pai lhe lia histórias. O único inconveniente era que cada vez que uma delas passava cá para fora, alguém do lado de cá, passava para o mundo fantástico. Por isso Meggie vivera tanto tempo a pensar que não tinha mãe... Mas para Dedo de Pó, afastado do seu mundo de palavras, o desejo de regressar atingira proporções desesperadas. Enganado por um malvado contador de histórias chamado Orfeu, desaparece deixando para trás o seu protegido Farid. Este, sem saber que fazer, vai pedir ajuda a Meggie, e em breve ambos desaparecem também dentro do livro. Mas aquela aventura ameaça desenrolar-se entre perigos que nenhum deles podia ter imaginado...





Um Livro Com Uma Surpresa (**Alerta Spoiler**)
            Este é um daqueles livros a que toda a gente chama um “calhamaço”. Não foi, definitivamente, o maior livro que já li, até porque costumo gostar bastante de livros grandes, mas foi para mim um livro complicado de ler. Primeiro porque tem as letras tão pequenas que eu passava uma hora para conseguir ler vinte páginas, quando normalmente nesse tempo consigo ler pelo menos umas cinquenta. Parecendo que não, isso desanima um bocado a leitura. Segundo porque é um livro essencialmente narrativo e descritivo. Apesar de tudo isso, gostei bastante da história em si e fiquei muito surpreendida com o rumo que as personagens tomaram.
            O livro tem 78 capítulos, cada um com um título próprio e um excerto de um livro de outro escritor, que nos vão dando indicações sobre o rumo da história. Como esta se passa, na sua maioria, dentro de um livro a que se chama o “Mundo da Tinta”, no final do livro tem um mapa, para nos ajudar a situar-nos em relação ao espaço. Isso torna-se muito útil a certas alturas quando já não se sabe onde as personagens estão. Também no fim, o livro tem um pequeno guia das personagens, com uma breve apresentação de cada uma. Acho que isso é mais útil a quem não leu o livro anterior, “Coração de Tinta”, dado que precisa de certas bases para perceber o que se passa.
            A história é contada na terceira pessoa e a visão da história vai mudando de personagem em personagem, consoante o momento exige. As personagens mantiveram-se essencialmente como no livro anterior, sendo que a maior mudança foi na Meggie e no Farid. A Meggie começa, evidentemente, a entrar na adolescência e o Farid perde a timidez e o silêncio que o caracterizou no primeiro livro, tornando-se uma das personagens mais importantes e corajosas. Não gostei muito, no entanto, do desenrolar da relação amorosa deles, que é um misto de infantilidade com amor de adolescência. Acho que podia ter sido tratada de outra forma.
            O “Mundo da Tinta” faz-me lembrar os tempos antigos, com Príncipes, castelos, saltimbancos, jograis, etc., mas com um toque de fantasia, como os Homens de Vidro, as Fadas, as Ninfas, martas com cornos e muitas outras criaturas. Adorei as descrições das roupas e ambientes envolventes, tão bem conseguidos que parece que estamos mesmo lá a assistir às brincadeiras com o fogo de Farid e Dedo de Pó.
            Apesar disso, o que mais me surpreendeu neste livro foi a perda da suavidade gradual que ele sofreu. O que quero dizer com isso é que, no início, as mortes são vistas de forma tão simples como ler um pouco em voz alta e já está. Com o avançar da história, no entanto, já há pessoas apunhaladas, alvejadas e trespassadas com uma espada. Essa seriedade atinge proporções estrondosas nos capítulos finais, quando morre Farid e Dedo de Pó troca a sua vida pela dele. Confesso que nessa parte soltei algumas lágrimas. Não estava à espera de um desfecho tão bom, quando grande parte do livro me parecera não ter nada de especial.
            Concluindo, acho que este é um livro para leitores mais habituados a ler, porque estes têm mais resistência às partes maçadoras, e acho que não é a leitura mais indicada para adolescentes, apesar de ser classificado como juvenil.


Podem comprar o livro:
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Ou o ebook (Nota – Apenas disponível em Inglês):
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